domingo, 25 de novembro de 2007

Por que a criatividade é fundamental

Criatividade é indiscutivelmente uma prerrogativa para se obter sucesso no mercado de trabalho. Entretanto, engana-se quem pensa que criativo é aquele que tem apenas uma idéia genial durante toda a sua vida. Criativo é o indivíduo capaz de olhar para onde todo mundo está olhando e enxergar aquilo que qualquer um podia ter visto, mas não viu. É o que pensa Max Gehringer, comentarista do Fantástico, da TV Globo. Gehringer ilustra o que diz com a história de uma estagiária que certa vez ele contratou.

Durante um processo de seleção, ao final de cada entrevista ele entregava ao candidato um isqueiro, de presente. Alguns aceitavam e alguns diziam não precisar por não serem fumantes. Até que a personagem em questão aceitou o presente mesmo não sendo fumante. Quando Gehringer perguntou qual seria a utilidade do isqueiro para ela, a candidata respondeu que o aparelho também servia como lixa de unha. “Ela enxergou ali uma possibilidade que qualquer um poderia ter visto, mas não viu”.

Segundo ele, esse é o perfil que as empresas procuram. “O mercado não quer o indivíduo que tem apenas uma idéia de um milhão de reais. Ele quer gente capaz de ter todo dia uma idéia de R$ 5 mil. As empresas estão desesperadas por isso”.

Max Gehringer esteve presente no 9º encontro de profissionais de RH do ABC, que aconteceu semana passada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Além de talento e criatividade, o palestrante também falou do custo dos pequenos erros para as organizações. Segundo ele, cerca de 20% das perdas financeiras de uma empresa poderiam ser evitadas corrigindo pequenos erros. “Uma vez a Pepsi decidiu lançar no Brasil um novo refrigerante, que já fazia sucesso em outros países. Seu nome era “Josta", conta. Antes do lançamento, os consumidores avaliaram o produto com a nota 3,8, dentro de uma escala máxima de quatro.

Após o lançamento, essa nota caiu para 1,6, tudo em razão do nome cacófato. Um erro pequeno, mas que prejudicou toda uma operação. “Geralmente negligenciamos os pequenos erros, isso porque a sua solução nem sempre traz consigo o prestígio”.

Entretanto, Gehringer não condena o erro. Ao contrário, ele o vê como um fator primordial para o desenvolvimento. “O problema é que cada vez mais perdemos esse direito de errar. Isso porque as mudanças estão cada vez mais caras, logo o erro também”.